domingo, 20 de novembro de 2011

Por um Brasil mais igual: Dia da Consciência Negra


Escrevo esse artigo ainda impactada pelos números do Censo que o IBGE acaba de divulgar. Se por um lado confirma a enorme mobilidade social conquistada por amplos setores dos mais pobres que passaram a pertencer à classe média por outro os números revelam os tantos brasis que ainda existem.

Podemos ler e comparar os números de diversas formas, sob a ótica das mulheres, por diferenças regionais, interior e grandes centros, diferenças étnicas.

Assisti a um vídeo do UNICEF que retrata bem a realidade das crianças que nascem em nosso país e não são brancas. Esse país formado por cores da África, cores da Europa, cores da Ásia e cores das Américas.
“Se a nossa diversidade é uma riqueza por que ainda somos desiguais nas oportunidades?” Crianças de cores diferentes não têm oportunidades iguais, todas merecem viver e ter uma vida digna mas uma criança indígena tem duas vezes mais chances de morrer antes de chegar a um ano de idade que uma criança branca, já as crianças negras têm 25% mais chances de morrer que uma criança branca.

A pobreza na infância tem cor e atinge 32,9% das brancas e 56% das crianças negras. No que diz respeito ao direito à educação as crianças indígenas tem três vezes mais chances de estar fora da escola que uma branca. Atualmente ainda temos 530 mil crianças fora da escola 62% delas são crianças negras.

Juntando as crianças negras e indígenas, elas são mais da metade da população infantil do país, 54% e estão entre as mais excluídas. Os números da exclusão acabam por afetar todas as crianças brasileiras, sejam negras, brancas, amarelas, indígenas.

Queremos um Brasil onde nossas crianças não achem que brancos, negros, amarelos e indígenas devem ocupar lugares diferentes na sociedade, mas se a desigualdade continua é assim que elas vão pensar. Temos muito orgulho dos avanços em nosso país, mas temos uma longa jornada pela frente.

Precisamos garantir um país mais igual e sem discriminação desde o berço. Por uma infância sem racismo, por uma infância com iguais oportunidades. Vamos cultivar igualdades respeitando e valorizando as diferenças. Nosso apoio às políticas públicas para acabar com a exclusão.

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