quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Dança do Jongo será considerada Patrimônio Cultural de Interesse Público




Do Blog da Marcinha Lemos

A Câmara Municipal de Campos aprovou Indicação Legislativa da vereadora Odisséia Carvalho que considera Patrimônio Cultural de Interesse Público, para fins de tombamento de natureza imaterial, a “Dança do Jongo”, que se apresenta como forte representação de cultura nacional e local.

“Segundo a UNESCO, Patrimônio Cultural imaterial compreende as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados e que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu Patrimônio Cultural”, disse Odisséia.

Transmitido de geração em geração, explica a vereadora, esse patrimônio é mantido e permanentemente recriado pelas comunidades e grupos em função de sua interação com o meio em que vivem e com a sociedade mais ampla. O Jongo é de origem africana, possivelmente de procedência angolana, é dança de terreiro, da qual participam pessoas de todas as idades e de ambos os sexos.

“No jongo, os participantes, dispostos em círculo, batem palmas e improvisam evoluções que incluem movimentos de tronco. No interior da roda fica o solista ou jongueiro, indivíduo que se revela grande conhecedor de pontos. Em nossa cidade a mais conhecida das jongueiras é Noinha”, argumenta Odisséia.

De acordo com o projeto, Noinha Jongueira emprega nas letras dos pontos toda a dificuldade do jongo, que é uma espécie de enigma versificado, que emprega figuras de metáfora difíceis de serem decifradas e que o adversário precisa adivinhar para "desatar" ou "desamarrar" o ponto. Os instrumentos usados para acompanhar o Jongo são dois tambores de tamanhos diferentes: tambu, o maior, e candongueiro, o menor. Na apresentação não é necessário obedecer a um calendário fixo, é dançado sempre no dia 13 de maio, festejando o fim do cativeiro e São Benedito, durante o mês de junho e nos dias dos Padroeiros da localidade.

No Estado do Rio de Janeiro observou-se a ocorrência principalmente na área canavieira exercendo função recreativa para os habitantes do meio rural. Atualmente, há registro de grupos de Jongo também nos Municípios de Angra dos Reis, Pinheiral, Rio de Janeiro, Rio Claro e Valença.

“Fazendo parte da cultura nacional, tem uma presença muito forte na cultura do nosso Município e em prol da manutenção da memória cultural de nossa cidade, além de aproveitarmos de tão bela arte, preservá-la para que nossos filhos e netos, possam conhece-la e reverenciá-la. Este projeto valoriza nosso patrimônio histórico e cultural”, finaliza Odisséia Carvalho.

Por Márcia Lemos

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