quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A interiorização do crime

A violência, que antes estava presente nas grandes cidades, espalha-se para cidades menores à medida que o crime procura novos espaços.O crime organizado também segue a lógica capitalista: se instala onde existir maior circulação de dinheiro.

O Norte Fluminense concentra, hoje, um dos maiores PIBs do Brasil e as perspectivas de Campos e São João da Barra se tornarem o novo eixo econômico do Estado do Rio,no interior,traz um incômodo passageiro:a violência das grandes cidades.

Para além das dificuldades das instituições de segurança pública em conter o processo de interiorização da violência, a pobreza, a desigualdade social, o baixo acesso da população à justiça ,à educação e à saúde não são mais problemas exclusivos das grandes cidades.

A violência urbana é algo evitável, desde que políticas de segurança pública e social sejam colocadas em prática. É necessário aliar políticas sociais que reduzam a vulnerabilidade dos moradores das periferias, sobretudo dos jovens, à repressão ao crime organizado e entender que essa não é uma tarefa só do Poder Público, mas de toda a sociedade civil.

Já ouviram falar da teoria do cobertor curto?Quando se cobre a cabeça, aparecem os pés.

Quando se aumenta a repressão nas grandes cidades, como a ocupação da Rocinha pelas UPPs, os criminosos procuram formas alternativas de se abastecerem de dinheiro, para aquisição de armas e manutenção de suas atividades ilícitas.

O município precisa começar agora a se preparar para essa próxima realidade.

Vale lembrar que a incorporação de novos espaços pelo crime organizado não quer dizer abandono dos velhos campos. Enquanto a estrutura do crime se mantiver em ação, a inclusão de novos territórios devem ser interpretados como expansão e não como substituição de áreas.

Artigo do presidente do PT, :Eduardo Peixoto, publicado no jornal Folha da Manhã de 14 de novembro de 2011.

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