Já
vai longe o tempo em que as famílias escondiam suas crianças com Down. A cada
dia as barreiras impostas pelos preconceitos são quebradas e outros desafios se
impõem: os direitos dos portadores da Síndrome de Down.
Na Câmara marcamos
o 21 de março (a data foi escolhida por alusão à alteração
genética produzida pela presença de um cromossomo a mais, o par 21) com uma homenagem, e a Manuela
Cordeiro que tem uma irmã, com a síndrome escreveu uma bela carta. Entre muitas
questões e sentimentos expressos destaco esse trecho: “A bandeira da
inclusividade traz votos e voz,mas será que realmente traz direitos?”
Os pais das
crianças Down começam a encontrar dificuldades desde o nascimento, muitas vezes
os médicos não detectam a síndrome, o que pode determinar até a morte de seus
bebês já que as cardiopatias são comuns e muitas vezes são necessárias
cirurgias. A falta de acesso a serviços de saúde que tratem essas crianças
adequadamente pode ser determinante já que a síndrome não é uma doença, mas
pode trazer algumas patologias associadas.
A educação dita
inclusiva muitas vezes não leva em conta a individualidade e especificidades
dos alunos, falo aqui não apenas das crianças com Down, mas as portadoras de
qualquer deficiência e também as ditas “normais” que tantas vezes deixam de ter
suas peculiaridades respeitadas, o que causa dificuldades de aprendizagem e
desenvolvimento.
Antigamente era
raro se ver um portador de Síndrome de Down idoso, estudos recentes apontam que
hoje vivem cinqüenta anos a mais que na década de 40 do século passado. Atualmente, a expectativa de portadores da alteração
genética está entre 60 e 70 anos, de acordo com a Faculdade de Ciências Médicas
da Santa Casa de São Paulo. Significa
que hoje é normal que os filhos com Down percam os pais antes deles.
É preciso que se pense em formação
profissional, um dos grandes “nós” na educação e também em leis que garantam
direitos previdenciários para quem tem Síndrome de Down. Por isso iniciativas
como a PLS 505/11 que determina
que os editais de concursos públicos contenham determinações especiais voltas
às pessoas com deficiência, proposta do Senador Lindbergh Farias são
bem-vindas.
Foi
lançado ano passado Plano Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência - o
Viver sem Limite, com previsão de investimento de R$ 7,6 bilhões em educação,
saúde e acessibilidade na área até 2014, mas muito ainda tem que ser feito e as
políticas públicas tem que ser implementadas também nos municípios.
Artigo da vereadora Odisséia publicado na Folha da Manhã de hoje.
Abaixo o trailer do filme Colegas , o primeiro com três protagonistas com Síindrome de Down.
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