sábado, 3 de março de 2012

Mulheres nos espaços de poder: 80 anos do voto feminino


Passados oitenta anos da conquista do voto feminino pelas mulheres brasileiras os números relativos à nossa participação nos espaços de poder ainda deixam muito a desejar. No raking da Inter-Parliamentary Union (IPU) o Brasil ocupa a 142º posição atrás de países como Afeganistão e Iraque. Em relação a outros países das Américas ficamos na frente apenas de Belize e Haiti.

Até o ano de 1998 ainda não éramos maioria do eleitorado, situação que mudou a partir de 2000 e nas eleições de 2010 o número de eleitoras superou em 5 milhões o número de homens aptos a votar. Se no parlamento ocupamos apenas 8,77 das cadeiras da Câmara Federal, por outro lado demos um passo gigantesco ao eleger uma mulher para a presidência tornando-se um dos 20 países do mundo que possui mulher na chefia do Poder Executivo.

Com a eleição de uma mulher para ocupar o Palácio do Planalto, o número de ministras cresceu e também a presença de mulheres na presidência de empresas e órgãos públicos, como no IBGE e na Petrobrás.
Em 2012, quando comemoramos 80 anos da conquista do voto feminino, teremos eleições municipais e hora de começarmos a mudar esse quadro de subrepresentação. A lei das cotas determina que os partidos inscrevam pelo menos 30% de candidatos de cada sexo e dê apoio financeiro e espaço no programa eleitoral gratuito para o sexo minoritário na disputa, fundamental para que a desigualdade de gênero seja reduzida.
Precisamos aumentar a representação nas câmaras municipais que no Brasil ainda é de apenas 12% e em Campos pouco menos de 18%. O nível de escolaridade das mulheres é maior, já somos a maioria da população economicamente ativa é hora de avançarmos significativamente no que diz respeito a nossa representação política. Só com o aumento de nossa participação no parlamento vamos mudar a realidade que hoje ainda encontramos em que muitas vezes as colocações feitas pelas mulheres são tratadas de maneira diferenciada e sem a devida atenção. Avancemos, não podemos esperar mais 80 anos.

Artigo publicado na Folha da Manhã de 2 de março de 2012






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