No dia 28 de março Campos comemorou 177 anos da elevação de vila à cidade. Há 385 anos a
planície goitacá começava a ser colonizada, quase quatro séculos de história.
A comemoração de quarta-feira teve como ponto alto a inauguração do chamado CEPOP
(Centro de Eventos Populares Osório Peixoto), conhecido também como “sambódromo de
Campos”. Nada contra a construção de um centro de lazer, mas contra o desperdício do dinheiro
público, afinal foram R$69.384.766,28 (sessenta e nove milhões, trezentos e oitenta e quatro
mil, setecentos e sessenta e seis reais e vinte e oito centavos) de orçamento inicial, mais a
suplementação de R$11.000.000,00 (onze milhões) o que perfaz R$80.000.000,00 (oitenta
milhões).
É espantoso que a prefeitura de Uberlândia (MG) tenha construído uma arena semelhante
gastando 12 milhões de reais, ou seja, valor mais de seis vezes menor. A mesma prefeitura
mineira construiu um hospital com 258 leitos, moderna UTI e com uma estrutura de construção
ambientalmente correta e gastou 72 milhões de reais.
O novo hospital da Baixada Campista deve custar segundo o processo de licitação concluído
o valor de R$ 6.457.995,89, com a construção do novo prédio e a reforma do antigo. O que
justifica então um gasto astronômico com um sambódromo? Por que o PSF não é implantado,
por que faltam medicamentos na farmácia municipal e pacientes ficam aguardando atendimento
nos corredores dos hospitais? A saúde não é prioridade nesse governo, no HGG o setor de
reabilitação – que já foi modelo de atendimento- sofre com a falta de investimento e o total
abandono por parte da prefeitura.
Enquanto a obra faraônica é inaugurada, as escolas municipais passam problemas diariamente,
como falta de espaço físico adequado, falta de vagas e ameaça de fechamento de algumas
unidades.
No que diz respeito ao transporte público o campista também não tem muito que comemorar,
os ônibus estão em péssimo estado, são em número insuficiente e não funcionam dentro dos
horários, além de muitas linhas não cobrirem o trajeto que atenda adequadamente a população.
Com um orçamento bilionário, Campos dos Goytacazes continua a ser uma pobre cidade rica,
com os recursos públicos sendo gastos sem a participação da população, com prioridades
desrespeitadas e dinheiro escoando pelo ralo. Até quando? Todos nós merecemos mais que
isso, Campos dos Goytacazes merece muito mais, em respeito ao seu povo, em respeito ao seus
séculos de história.
Artigo publicado na Folha da Manhã de hoje.
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