sexta-feira, 1 de junho de 2012

Circo dos horrores


“Não somos palhaços, mas estão querendo nos fazer de palhaços.” Com narizes vermelhos servidores públicos se manifestaram na última quarta-feira em frente ao centro administrativo da Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes, antigo CESEC.

O protesto foi pelo reajuste anunciado pela prefeita Rosângela Matheus, ridículos 5,1% abaixo do concedido por outras prefeituras da região. A prefeitura bilionária trata mal seus servidores, muito mal. Além de perseguição, prática comum nesse governo, os funcionários públicos foram surpreendidos com esse reajuste muito abaixo do esperado.

Apesar da pressão de muitos diretores, indicados já que não há eleição nas escolas, os profissionais da educação aderiram em massa à paralisação de 24h convocada pelo Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação e mais de 80% das escolas não funcionaram.

A Srª. Rosângela, quando governadora, foi responsável por um dos maiores arrochos salariais da história do funcionalismo público do Rio de Janeiro, criou o nefasto Programa Nova Escola, além de mecanismos para, na prática, impedir que os funcionários usufruíssem de direitos como a Licença Especial, a não ser às vésperas da aposentadoria.

Na época triênios, mudanças de nível por tempo de serviço e enquadramento por formação deixaram de ser pagos no prazo e se arrastavam por anos. Tratar mal o funcionário público faz parte da cartilha cor de rosa, não é de hoje.

Municípios vizinhos como São João da Barra e Quissamã deram reajustes quase três vezes maiores que a prefeitura de Campos, o que só aumentou o descontentamento dos funcionários públicos.

A cidade agoniza na péssima gestão da prefeita, as questões ligadas ao funcionalismo público são apenas parte dos muitos problemas de nosso município. Postos de saúde sem médicos, medicamentos básicos que faltam, compra de remédio com preços muito acima do mercado se comparados com os mesmos produtos comprados por órgãos públicos estaduais e federais (em alguns casos a diferença chegou a 600%), farra do REDA, obras com indícios de superfaturamento, falta de vagas em hospitais com pacientes nos corredores... Como diz o velho ditado: “Não há boa terra sem bom lavrador.”.


                                                                                                                                       Artigo publicado na Folha da Manhã de hoje.

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...