O
carnaval de Campos passou por muitas mudanças ao longo dos séculos, no século
XIX estavam em voga os Clubes Carnavalescos, como Indiana, Macarroni, Neptuno, Progresssista Plutão e Indiana, entre outros.
Já no
século XX surgiram os cordões, os blocos e os ranchos. Houve a fase dos corsos
e dos bailes em clubes. Na minha infância lembro-me dos desfiles
pré-carnavalescos com blocos como o Ninguém é de Ninguém formado por médicos
campistas e dos mascarados que alegravam nossas tardes.
Os
desfiles dos Bois Pintadinhos nas tardes de domingo de Momo eram uma tradição e
as famílias iam assistir na Avenida VX de Novembro assim como também a passagem
dos blocos e escolas de samba.
A festa
foi mudando ao longo das últimas décadas, com o fortalecimento do carnaval nas
praias e certo esvaziamento do carnaval na cidade. As causas dessas mudanças são muitas e
algumas até naturais, já que o mundo muda.
O que
não é natural é tratar as manifestações culturais de nosso município como se
não existissem durante o ano inteiro e que como por encanto surgissem
magicamente durante o chamado carnaval fora de época.
Todo ano
ouvimos as queixas das sociedades carnavalescas sobre a falta de incentivo e a
desculpa da prefeitura é sempre a mesma, alegando que bois, escolas e blocos
não prestam contas da verba que recebem.
Quem
melhor definiu essa questão foi um senhor que me abordou no Calçadão: “Vereadora,
parece que a prioridade não é a festa, mas quanto dinheiro público pode ser
gasto com ela.”.
Ele tem
toda razão não há uma política de preservação das nossas tradições culturais,
nem estímulo às atividades culturais nas entidades carnavalescas e folclóricas
durante todo o ano além de cursos para que os adereços, fantasias e alegorias
sejam produzidos em nossa cidade, com tempo e não apenas às vésperas do
carnaval.
No reino
da fantasia o que importa é o espetáculo a qualquer preço-no caso do CEPOP pelo
menos 80 milhões-, paga-se uma fortuna a escolas de samba cariocas, se gasta algum
dinheiro na última hora com as entidades carnavalescas de Campos e artistas são
convidados para shows. A quem interessa essa “festa”?
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