Ontem comemoramos setenta e nove anos da conquista do voto feminino. A vitória, no entanto não foi completa já que só as solteiras com renda própria e as viúvas podiam votar, as casadas só se o marido autorizasse.
A luta começou ainda no século XIX, as restrições foram abolidas em 1934, na segunda metade da década de 40 do século passado o voto feminino tornou-se obrigatório (como o masculino).
Os argumentos contra o voto feminino se lidos hoje causariam espanto, mas ao mesmo tempo muitos ainda hoje se opõem a leis em defesa da mulher, como acontece com a Lei Maria da Penha que tem sido alvo de críticas com argumentos dos mais absurdos.
Em 1996 conseguimos aprovar a política de cotas que determinava que os partidos deveriam inscrever, no mínimo, 20% de mulheres nas chapas proporcionais, no ano seguinte o sistema foi revisado e o mínimo passou a ser de 30%. Também dessa vez choveram críticas, mas sem dúvida foi muito importante para o aumento do número de parlamentares.
Vale lembrar que a lei garante apenas o número mínimo de candidatas por partido ou coligação e não do número de eleitas e mesmo assim houve um aumento significativo no número de deputadas e vereadoras em todo o país.
Há um longo caminho a ser percorrido para que a participação feminina seja ampliada e mais ainda, que as mulheres sejam tratadas com igualdade, pois muitas vezes em meio a disputas e divergência de opiniões somos tratadas como “nervosas”, “bravas”, “irritadas”.
A eleição da presidenta Dilma Rousseff é um marco para todas nós mulheres que de certa forma subimos simbolicamente a rampa do Palácio do Planalto. É significativo também o aumento do número de ministras, nove mulheres.
Temos muito que comemorar e temos também muito que lutar, já que nossas vitórias sempre são conquistadas a custa de muito esforço, assim tem sido a história do movimento de mulheres em todo o mundo e podemos afirmar que quando alcançamos um objetivo é uma vitória de todas e todos, vitória da sociedade.
Artigo publicado no Jornal Folha da Manhã de 25 de fevereiro de 2011
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