A seguir as opiniões de alguns membros do Núcleo Lenílson Chaves a respeito da eleição para a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Campos.
Quem faz oposição a Nahim?
A vereadora do PT, Odisséia Carvalho, publicou (no blog próprio e no sitiado na Folha da Manhã) a seguinte declaração:
"Os vereadores da bancada de oposição, decidiram apoiar a chapa formada por Nelson Nahim para a presidência e Rogério Matoso para vice-presidência na eleição para a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes prevista para acontecer amanhã.
A vereadora Odisséia Carvalho afirma que apesar do prefeito em exercício governar com uma postura mais polida e fazer política sem os arroubos de ódio e ataques aos oposicionista, este pertence ao mesmo grupo político da ex-prefeita Rosângela Matheus.
A opção da bancada oposicionista vai manter a postura de independência em relação ao prefeito, que tem prevalecido desde a posse de Nahim como chefe do Executivo Municipal."
Em face desse apoio público e não justificado, cabe-nos expor uma singela reflexão política: se "este [Nahim] pertence ao mesmo grupo político da ex-prefeita Rosângela Matheus" e o único mandato do PT lhe declara voto para presidir novamente Câmara, o Partido dos Trabalhadores pode ser considerado partido de oposição? Além disso, essa manobra de antecipação da eleição da mesa, que vai redundar na perigosa concentração de poder (Executivo + Legislativo) para o grupo garotista, não deveria ser denunciada e combatida pelo Partido dos Trabalhadores? Que "postura de independência" é essa? Como o PT pretende se diferenciar do "mais do mesmo" da política campista e se apresentar como alternativa ao garotismo para o eleitorado?
Será que o mutismo frente a esses questionamentos é auto-explicativo?
Postado por Gustavo Carvalho
"Há algo no ar além dos aviões de carreira"...
O post abaixo refere-se a um legítimo questionamento pessoal do meu muito querido amigo e companheiro Gustavo Carvalho. Não reflete posição coletiva do Núcleo Lenilson Chaves. Até porque não nos reunimos para discutir esse assunto!
Com a prudência e a responsabilidade que a condição de mebro da Executiva municipal do PT me impõe, prefiro não discutir aqui questões internas ao partido sem antes discutir o assunto em pauta com nossa Vereadora nas instâncias partidárias. Declaro isso com a humildade de quem - algumas vezes na companhia da própria companheira Odisséia - já pecou pelo açodamento de travar publicamente alguns debates em prejuízo do partido. Tentarei me manter disciplinado.
A frase que dá título a este post - do memorável Barão de Itararé - contudo, ganha oportunidade na medida que não estão claras pra mim, e creio pros meus companheiros e interlocutores, os elementos envolvidos na questão da sucessão do legislativo. Logo, julgo pertinentes algumas observações:
1- Não me parece razoável confundir a postura do PT no contexto político municipal, e numa possível disputa eleitoral extraordinária, com os movimentos táticos da nossa bancada de uma mulher só nas questões internas da Câmara;
2- A dita "manobra de antecipação da eleição da mesa" não é simplesmente uma manobra casuísta, mas um expediente com precedente que não é extranho a expoentes da atual bancada de "oposição". Foi asim que se elegeu Presidente da casa o vereador Marcos Bacellar há alguns anos. Logo, é algo que faz parte do jogo interno na configuração do atual parlamento, e que não pode ser alterado pela simples presença minoritária do PT e por nossa vontade.
Caberiam também alguns questionamentos:
1- Até que ponto a recondução do prefeito em exercício ao comando do Legislativo é de fato expressão da vontade homgênea do "grupo garotista"? Ou de que grupo sairia o adversário de Nahim? Da minoritária bancada de "oposição"?
2- Ou será que uma movimentação tática de apoio ao Vereador - e não ao Prefeito - Nahim não pode representar uma cunha na unidade do PR, fragilizando-o na possível disputa sucessória prevista para os próximos meses, se confirmada no mérito a condenação de Rosinha?
Por ora são só especulações. Que julgo pertinentes a serem discutidas no ambiente partidário.
Postado por FÁBIO SIQUEIRA
Mesa Diretora e oposição
A eleição da Mesa Diretora da Câmara alvoroçou os observadores da política da planície goitacá. A questão que dominou a discussão foi o apoio unânime dado pela minoritária bancada de oposição à chapa encabeçada por Nahim/Matoso.
A opinião apressada de alguns de "Acabou-se a oposição ao Garotismo."
Não vamos comentar os que fustigam a questão por terem seus interesses de “jornalismo achacador” desprestigiados pelo “furo” ter sido dado pelo concorrente.
Mas a idéia de equiparar a participação na mesa diretora - ainda que encabeçada por um representante da família Garotinho - a uma adesão ao governo deve ser considerada, na melhor das hipóteses, um raciocínio infantil.
Imagine se teríamos que concluir que o PT da cidade de São Paulo não faz oposição ao governo de Kassab (DEM) por ter a 1ª secretaria da Mesa Diretora da Câmara daquela cidade. Ou que o PT é adesista por ter a 1ª e a 4ª secretaria da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa de SP, sob o governo do PSDB.
A participação de parlamentares oposicionistas na Mesa Diretora das casas legislativas favorece a atuação política e ampliam as possibilidades de apresentar demandas oposicionistas. Ademais, a presença na mesa diretora fortalece a capacidade fiscalizadora do parlamentar.
Não há incompatibilidade entre estar na Mesa Diretora é manter postura oposicionista e independente.
Numa casa legislativa, a postura autônoma somente se manifesta a partir do diálogo com outros vereadores. Esta condição pode desagradar alguns, especialmente, quando olhamos para a composição da nossa Câmara Municipal. A oposição em si não assegura dignidade à atividade parlamentar. Eu gostaria que a Câmara fosse composta por parlamentares com um perfil muito diverso do realmente existente.
Alguns parecem exigir a única vereadora do PT se isole na Câmara, achando que esta seria a única forma de demonstrar “independência”.
Quais eram as alternativas configuradas na disputa da Mesa Diretora?
Sendo minoritária, seria razoável que a oposição "batesse chapa" com uma chapa governista e entregasse todos os cargos da mesa?
Seria melhor Magal na vice-presidência da Câmara; Gil Viana e Papinha nas 1ª e 2ª secretarias?
Quem não buscar diferenciar os agentes e quiser somente apostar no quanto pior melhor revela o seu descompromisso com a cidade.
Quem ganha com essa postura é o casal garotinho.
Achar que a única alternativa ao isolamento é o adesismo é manter-se escravizado pela lógica do malfadado garotismo. A cobrança e o apoio deveriam buscar fortalecer o mandato do PT para a efetivação da articulação da comunidade política e da sociedade civil. Na política, o isolamento conduz ao definhamento do mandato.
Postado por Gustavo G. Lopes
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