domingo, 15 de agosto de 2010

Eleições e juventude


Esse ano o movimento dos “cara-pintadas” completa dezoito anos. Justamente quando o movimento que  em 11 de agosto de 92 ganhava as ruas e pedia o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello atinge a maioridade, muitos afirmam que os jovens de hoje não gostam de política.
O principal líder do movimento, o paraibano Lindberg Farias a época presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), tornou-se um político conhecido e respeitado,  foi deputado federal pelo estado do Rio e anos mais tarde prefeito de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.e foi reeleito. Hoje disputa uma vaga no Senado.
É verdade que o movimento da juventude hoje é diferente do feito pelos cara-pintadas, mas esse também era completamente diferente dos anos 60 e mesmo 80, são conjunturas completamente diferentes, gerações diferentes e é natural que assim seja.
O jovem de hoje tem várias referências das mais diversas e isso não significa que isso é ruim,ou o afaste completamente da política. Nessa campanha eleitoral, pela primeira vez, as novas tecnologias ganham um peso como nunca se viu.
Nas redes sociais, blogs e microblogs é possível ver essa tendência com muita nitidez. Alguns candidatos saíram na frente e desde o dia 6 de junho, quando a propaganda foi liberada, saíram na frente e com isso ganharam muitos adeptos entre a juventude.
Durante o primeiro debate dos candidatos a presidente da república foi possível ver a dimensão dessas mídias na campanha. Os twitters reproduziam e replicavam a todo momento a fala dos candidatos e divulgavam suas opiniões a respeito dos candidatos, o desempenho de cada um e após o encerramento ampliavam essas opiniões em blogs e redes sociais.
Na primeira entrevista com os candidatos a repercussão foi ainda maior, já que aconteceu na emissora líder de audiência. Assim como aconteceu na Copa do Mundo a postura dos apresentadores da “Vênus platinada” do Jardim Botânico foi muito criticada e nos microblogs as opiniões a respeito da postura desses profissionais bateram records.
Em que pesem alguns afirmarem que essa tendência não se repetem nas ruas, em muitas campanha já é possível ver a significativa presença dos jovens. É um mundo diferente, uma geração diferente e a maneira de fazer política não ficou imune a essas diferenças.

Artigo publicado na Folha da Manhã de 13 de agosto de 2010

Um comentário:

Unknown disse...

A verdade é que os jovens podem ter se afastado da política sim, mas não quer dizer que todo jovem não gosta de política. O que se vê hoje é a discussão em outras esferas, como a internet. Os políticos precisam aprender a lidar com esse meio para chegar à juventude. Nesse ponto entre os políticos do RJ acho q Lindberg saiu na frente nessa campanha por ter uma ligação com a juventude não só pelas mídias sociais, mas pelo seu jistórico. Sempre esteve junto da juventude e por isso é o que tem mais adeptos desse público ao meu ver.

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