Quem lê os principais diários brasileiros e assiste aos noticiários das principais redes de TV do país e os maiores veículos de comunicação do mundo no mesmo período é capaz de achar que estão falando de uma pessoa diferente, quando citam o presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Há pelo menos três anos nosso presidente é citado pela imprensa mundial como uma presença importante na discussão das grandes questões do planeta. O programa brasileiro de combate à fome e as ações pela paz do governo brasileiro chamaram a atenção para os pobres e desprovidos do mundo.
No início de 2010 a grande imprensa brasileira ridicularizava a as propostas de negociação para a paz no Oriente Médio propostas pelo governo brasileiro, enquanto em Israel alguns setores da imprensa saudavam a iniciativa. A mídia tupiniquim preferiu o caminho de comungar com a opinião da extrema direita israelense, como se o Brasil não tivesse importância no cenário mundial.
Enquanto no mundo inteiro o Programa Bolsa Família foi reconhecido por tirar da miséria uma enorme parcela da população e ampliar a distribuição de renda no país, já que 91 milhões de pessoas ascenderam socialmente, aqui nossa elite acusava o programa de fomentar “a preguiça”.
Essa mesma elite fez o papel de ridicularizar o acordo com o Irã intermediado por Brasil e Turquia. Reproduziram a fala da Hillary Clinton que classificou os esforços do Brasil como “ingenuidade” instrumentalizada”. Mais uma vez a fala da grande mídia nacional se alia ao que há de mais atrasado.
Na verdade o próprio Obama havia apontado na mesma direção quando enviou uma carta ao presidente brasileiro: "Existe uma solução de compromisso potencialmente importante que já foi oferecida. Em novembro, a AIEA transmitiu ao Irã nossa oferta de permitir que o Irã transfira seus 1,2 mil de LEU a um terceiro país especificamente a Turquia- no início do processo, onde ele seria armazenado durante o processo de produção do combustível como caução de que o Irã receberia de volta o seu urânio caso não viéssemos a entregar o combustível.” Quando o Irã aceitou o acordo Washington, retirado seu protagonismo e a chance de acusar o Irã de intransigente propõe sanções ao país.
Mais uma vez o governo do Estados Unidos aponta no caminho do conflito e a nossa elite, aplaude. Afinal quem esse operário nordestino sem estudo formal pensa que é?
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