Benção
e maldição.
Eduardo Peixoto
Folha da Manhã-26/11
Hoje
milhares de pessoas marcarão presença no ato contra a redistribuição dos
royalties,que acontecerá às 14 horas,na cidade do Rio de Janeiro. O que está em jogo é o princípio constitucional do ato
jurídico perfeito e do respeito aos contratos. O projeto já aprovado no Senado
e na Câmara, não se limita a estabelecer regras para a distribuição dos
royalties do petróleo a ser extraído da camada do pré-sal entre os estados da
federação e municípios,ele avança sobre os contratos já celebrados,
atingindo em cheio o direito dos estados produtores como Rio de Janeiro e
Espírito Santo.Essa
redistribuição trará graves consequências à administração pública com severos
reflexos na vida ,principalmente,da população mais pobre,mas é verdade também
que os gestores não fizeram o dever de casa,ou seja,não realizaram ações
preventivas no sentido de preparar economicamente a cidade para um futuro sem
royalties.Cerca de 60% das receitas orçamentárias de Campos provém das
rendas do petróleo.Há muito tempo que nos preocupamos com esse grau de
dependência mas pouco avançamos nas discussões,propostas e ações de como
reverter essa situação. A pobreza, a ignorância e a alienação da maior parte da
população,nos assinala que as riquezas provenientes desse recurso finito não
tem trazido independência ao município. Pesquisas
recentes mostram que cidades contempladas com royalties cresceram menos que
cidades que não receberam tais recursos.Devemos discutir propostas para a nossa
independência em relação aos royalties,mas algumas coisas já estão bem claras:a
urgência da participação popular efetiva nas decisões de formulação e
implementação das políticas de uso desses recursos e as necessárias instancias
de controle social, constituídas legitimamente, monitorando permanentemente a
atuação do poder público local. Estaremos
juntos na luta contra a proposta de
redistribuição tanto quanto continuaremos trabalhando para que cada vez mais
possamos discutir e encontrar soluções para que alcancemos o desenvolvimento
com independência e compromisso com as gerações atuais sem descuidar das
gerações futuras.
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